domingo, 2 de agosto de 2009

Pés gelados


Pode-se dizer que eu muito te amei, como pode-se dizer que eu nunca nada soube, como eu também acho que nunca saberei...
Mais uma vez me pego batendo em sua porta, a procura de uma resposta que você se recusa a me dar.
Pois então eu vou falar...É agora, agora que eu encontrei uma pessoa que me abraça por tempo indeterminado e na frente de todos, agora que na minha vida eu tenho uma pessoa que beija meus pés e me diz coisas bonitas é nesse momento que eu tenho uma pessoa que dança comigo no meio do supermercado enquanto canta no meu ouvido...É agora ou nunca, não me interessa as revolução em que você esta, nem emocional nem física, não me importa, se você me quer diz agora ou volto para braços dele que me aceita, me aperta e que chora quando é cuidar que eu quero e me afaga quando é de dor que eu me contorço...
Se agora a desculpa for de verdade já não vai me importar, quando eu sair por aquela porta já não vai resta, as musicas que você compôs pra mim, nem o afeto que você moldou escondido por mim, quando sair, se você sofrer não corra atrás, não decida me mostrar nem me assumir, agora que vou, vou tarde, mais cedo o suficiente para um novo amor e uma nova vida.
Aquele enlace perfeito você destruiu com promessas que você nunca cumpriu e a dor, eu me recuso a acreditar que exista, o que existe é o incomodo, o incomodo dos beijos que eu desperdicei com você, aqueles momentos em que deixei você esquentar seus pés frios em minhas coxas, ainda tenho arrepios quando deito na casa em que você me amava, você vê, novamente me engano, na cama em que eu te amava.
Pode esquecer, enquanto caminho para a porta de saída, meu peito se espreme e agora tem o tamanho de um feijão, enquanto em minha casa, na sala de estar conversando com meus pais esta o homem que me diz “aqui, aqui estou e ficarei” me contenho pra não chorar por você que me amou como um amante, nem homem, nem amigo peito aberto estava eu e que erro, só de facadas que me deixaram em carne viva perdia as contas.
E como despedida deixo tudo pra você, deixo os cds do Chico buarque os livros da Clarice lispector as fotos do nosso segredo e as cartas do nosso romance infundado.
Deixo a porta fechada, pra você não ter o trabalho de ir em minha direção e não olho pra traz que é pra não dar a impressão de que ainda por cima,sou sua!